10.12.09

Cobertura Goiânia Noise 2009: primeira noite de shows no Martin Cererê

Se na noite anterior (quinta 26/11), os shows invadiram as casas noturnas de Goiânia, no fim de semana o Goiânia Noise volta ao seu lar: os palcos Pyguá e Yguá do Espaço Cultural Martin Cererê. Com mais de oito horas de música, o festival começa a esquentar. MQN e Walverdes tocaram no mesmo palco e os Móveis Coloniais de Acaju encerraram a noite. Ao fim, as pessoas saíam encharcadas, acompanhe.

Com três integrantes menores de idade e sem disco lançado, o quarteto Hellbanguers fez um showzasso de abertura na noite de sexta-feira (27/11). O Melda subiu na sequência - um projeto de monobanda idealizado por Claudio Vieira, o Claudão – com um repertório mais pesado, como o músico havia explicado antes do show: “Preparei um repertório mais rock e falando muita merda, o pessoal aqui gosta!”, diverte-se.

Rinoceronte, que se apresentou na semana anterior no Festival Demo Sul em Londrina, tocou pela primeira vez no Noise e mostrou o trabalho do disco recém lançado na web, através do Compacto.REC, com músicas calcadas num rock ´n roll setentista.  O som do palco, caiu como uma luva para o Rinoceronte: pesado como o som da banda é.



O palco Pyguá ainda estava vazio quando Fabrício Nobre comentou o Volver, também primeira vez no Festival: “é uma dessas bandas que eu mais gosto”. Com clara influência de Los Hermanos, o Volver trouxe uma apresentação mais roqueira (que há de algum tempo), com guitarras raivosas, sobre bases aparentemente leves. Rolou também muita interação com a platéia, que se debruçava e cantava junto, como em “Pra Deus implorar”, entoada em coro. “Com o passar dos anos o som foi ficando mais pesadão, acho que diminuiu em velocidade e ganhou em peso”, explicou o vocalista do Volver Bruno Souto, logo após o show.




Aumentando a dose dançante da noite, a paulistana Milocovik misturando rock com bases dançantes, eufóricas, tocou em seguida. Se fosse num horário mais tardio, teria transformado o teatro Yguá em uma pista de dança, por exemplo, com os riffs de “perro negro”. O vocalista Toni diz que a sonoridade da banda vem do estômago e que fizeram “uma co-produção entre a banda e o Rick Azevedo, para trabalhar uma textura que é meio difícil de ser entendida aqui no Brasil”, explicou.




Primeira atração internacional a pisar num dos palcos do Martin Cererê, a chilena Guiso faz um som punk-hard-rock, que lembra o MC5. Um dos destaques da noite, o Guiso tem a simpática Bernadita Martinez (que toca sem palheta) no baixo, cuja performance rocker, arrancou elogios, inclusive de Martin Atkins, escritor e professor norte-americano, que produziu o livro Tour: Smart, uma bíblia para bandas que desejam cair na estrada. Atrás de Bernardita, Alvaro, o baterista, deixou o palco em sopa, extasiado. Alvaro é um empreendedor do rock chileno, abriu o selo Algo Records, justamente para abrigar bandas que não tinham espaço na cena chilena. Hoje o selo tem dez bandas.

Mais tarde, uma orquestra do rock (foto capa), composta por sete músicos, trouxe o caos e a violência ao Pyguá. Do meio do show em diante, era impossível permanecer à frente do palco. O trio do Walverdes somou-se ao MQN, inclusive com duas baterias sobre o palco. O clima ficou quente quando Fabrício Nobre anunciou “Buzz in my head”. Aí, começou outro festival: banhos e mais banhos de cerveja. Quem encharcou primeiro, começando pela cabeça, foi o vocalista-guitarrista dos Walverdes, Gustavo Mini. Sobrou até para a platéia, claro.



“Cold Queen” do MQN fudeu geral, como você pode reparar acima no clique de Hick Duarte. E após ela, Nobre queria mais: “Aumenta o som aí, vamos colocar mais uma bateria?”. Com apenas dois ensaios juntos, as bandas mandaram dois covers, “os mais óbvios do mundo”, segundo o vocal do MQN: “Sweet Leaf”, do Black Sabbath e “Breed”, do Nirvana. Nem pulei, mas sai molhado. De cerveja talvez.

E se pouco suor no Martin Cererê é besteira, vieram os Móveis Coloniais de Acaju para, literalmente, melar corpos, barbas, roupas, mãos, instrumentos e colocar a galera pra bailar. Além dos nove músicos, Bocato foi convidado para animar ainda mais a tradicional festa dos Móveis. “É legal que uma música de três minutos vira dez, entramos na onda do Bocato de improviso, muito vibrante”, comentou Esdras Nogueira antes do show no Noise. Teve gente que vibrou tanto que acabou passando mal, precisando sair às pressas. No fim, além da tradicional ciranda que a banda induz, o integrante Xande, foi erguido (foto), numa espécie de mosh pelas costas, com o instrumento empunhado.




A noite teve ainda as bandas Devotos, Vivendo do Ócio, Punch e Sattiva. O show do Supersuckers (USA) foi cancelado. Parece que os norte-americanos tiveram problemas com o visto.
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*Fotos: para saber crédito e legendas passe o mouse sobre as fotos.

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