2.12.09

Cobertura Goiânia Noise 2009: o início dos 15, invadindo a cidade


Além das apresentações de dezenas de bandas, o Goiânia Noise Festival 2009 extrapolou os limites da música. Teve mostra de cinema, exposição de artes, reunindo artistas plásticos de todo o País e a 2ª Conferência Brasil Central Music, que trouxe ícones mundiais para discutir o mercado, o processo e a produção musical do setor independente.

Esse novo formato adotado – aliás, que espalhou atrações em vários pontos da capital goiana – deve perdurar nas próximas edições. Bares, teatro, galeria de arte, sala de cinema, hotéis e o lendário Espaço Cultural Martin Cererê, receberam o Festival. “Está dando muito certo e provavelmente faremos assim no ano que vem também”, disse um dos produtores do Festival, Fabrício Nobre, durante a noite de quinta-feira (26/11).

Se os festivais nacionais geralmente apresentam artistas de várias regiões do Brasil, no Goiânia Noise, essas bandas colam de diversas partes do mundo: Suiça, Argentina, Canadá, Chile e EUA. E como fez nos dois anos anteriores, trazendo bandas conceituais como Battles (2007) ou Black Mountain (2008), este ano foi a vez de Dirty Projectors aterrissar em Goiânia.

No apagar das 15 velinhas, muitos encontros da música, pessoas, lugares e, sobretudo, shows fodões. A partir de agora e nos textos a seguir, você vai saber como foi (e porque é) o Goiânia Noise 2009, possivelmente o festival independente mais significante do País.

Quinta (26/11): Noise primeiro
A segunda noite de shows do Noise colocou seis artistas para tocar, Johnny Suxxx and Fucking Boys, Detetives e Ricardo Koctus no Bolshoi; e Bang Bang Babies, Sapatos Bicolores e The Name, no Metrópolis. Graças à agilidade da produção (que nos transportou velozmente), pulamos de uma balada para a outra e conseguimos conciliar três bandas legais: Johnny Suxxx and Fucking Boys, Detetives e The Name.

O Johnny Suxxx é uma das várias bandas legais de Goiânia, pegada hard rock e visual glam, a exemplo do vocalista, João Lucas, que vestia uma bela calça estilo zebra. Foi ele, inclusive, que deu a deixa para Os Detetives entrarem: “fiquem aí, é uma bandassa”. O repertório dos Detetives trouxe três músicas de cada disco, as mais roqueiras, segundo o baixista do trio, Fernando Papassolo. Entre elas “Hotel Berlim” e a ótima “Fantasmas”, do disco novo (o terceiro), que já está praticamente pronto, mas previsto para 2010. (Ouça a entrevista sobre o disco)



Do Bolshoi, pub estiloso, com bancos que imitam assentos de couro, quadros de ícones do rock, cervejas de diversas partes do mundo, sanduíches a R$20 e um som de altíssima qualidade, rumamos para o Metrópolis, um pico bem parecido com uma festa de república.

Os The Name preparavam-se para começar o show. A banda faz um pós-punk dançante, que ganha ainda mais peso no palco. Num clima “inferninho”, repertório baseado nos EPs “Assonance” e “You Want it Back Now,”o trio fez um dos melhores shows do Noise. “Chegamos lá, um puta calor, palco pequeno, a galera bem junto, é o ideal pra gente, isso ajudou pra caramba, ficamos soltos”, disse o guitar e voz do The Name, Andy, que tem ainda Molinari no baixo e Alves, na bateria.

Quem também se soltou foi Vitor Rocha, vocal do Black Drawing Chalks, que subiu e tocou com o trio duas ou três músicas. Outro que soltou, as baquetas foi Alvez. Antes do bis, o baterista ficou tomado, quebrou uma baqueta espancando a bateria e quando a outra escapou, ele usou as mãos, simplesmente não parava. Mas era a última. Veio o bis. Novas baquetas e mais duas músicas, três e meia da matina. Discotecagem.

Depois do show, o Andy contou que a banda fará uma tour pelo Sul do País, começando no dia 4 de fevereiro e vai até o fim do mês. Vão passar por Londrina, Maringá, Curitiba, Blumenau, Joenvile, Bauru e outras cidades. “Estamos produzindo um material novo e a ideia é levar esse material já para essa turnê no Sul”.

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