30.10.09

Festival Jambolada: tarde de debates acalorados


Sob um asfalto pelando a sola dos calçados chegamos ao Muna (Museu universitário de Arte), região central de Uberlândia, onde aconteceria o primeiro evento da tarde de sexta-feira (23), o Jambo Debate. Com a temática “selos independentes e as novas formas de distribuição”, compunham a mesa quatro convidados: Ná Figueiredo (Newamazonia´s music), Eduardo Garbo (Mais Brasil), Letz Spindola (Fora do Eixo Discos) e Bart (53HC) e Alessandro Carvalho (Valvulado Discos), mediando as conversas.

Ná Figueiredo começou provocando os ouvintes dizendo que CDs de rock não vendem mais. “Cansei de montar banquinha em festival, mas os meninos dizem ‘esse já tenho, já baixei’, esse modelo não funciona mais”. Várias reações contrárias vieram, como a fala de Letz Spindola, dizendo que muita gente vê o CD físico como um suvenir, gosta de comprar, “prova disso é a Fora do Eixo Discos que têm rodado festivais Brasil afora e muita gente tem interesse”, completou.

Outro assunto bastante debatido foi sobre a distribuição de materiais de bandas independentes. A Tratore, principal distribuidor de bandas indies hoje, recebeu críticas duras principalmente porque não se preocupa em manter dados atualizados para os selos com quem trabalha. “A Tratore hoje não serve, tem um catálogo imenso de bandas, mas não me dá um feed back, o retorno que preciso”, exemplificou Ná Figueiredo.

Dessa discussão surgiu uma proposta para a criação de um selo único ou uma entidade que reunisse interesses em comum: selos que trabalham com bandas independentes e têm dificuldade para realizar a distribuição. “Nada de concreto saiu dali, por falta de tempo mesmo, porque os debates se estenderam bem, mas ficamos de levar adiante e se unir para discutir o assunto com atenção” – esclareceu Letz Spindola. O debate se estendeu ainda por cerca de meia hora além do horário previsto.


Maíra: "quem quer falar que faz alguma coisa ambiental, trabalha em cima da reciclagem, sendo que é o último processo dessa cadeia, pois reciclar também polui, não atinge a raiz do problema"

Em seguida, integrante do coletivo Peleja e especialista em gestão ambiental, Maíra Miller, precisou se virar com o pouco tempo restante para explanar sobre a “redução de impactos ambientais nos festivais”, temática do Jambo Verde. Ela preferiu falar sobre consumo, passando por alguns mitos relacionados a água, a higiene de alimentos e o perigo da visão que se tem hoje dos recicláveis. “Existe uma cadeia de ‘erres’ e os principais são: a reflexão, redução, reutilização e por último a reciclagem; e geralmente as empresas, os festivais, quem quer falar que faz alguma coisa ambiental, trabalha em cima da reciclagem, sendo que é o último processo dessa cadeia, pois reciclar também polui, não atinge a raiz do problema, que é a redução e o pensar no consumo”. Além desses esclarecimentos,  durante a palestra Maíra fez intervenções poéticas, recitando longos poemas como o “Eu etiqueta”, de Carlos Drummond e, com o tempo estourando, acabou falando muito pouco sobre a redução do impacto ambiental nos festivais.

Quem permaneceu no Muna, assistiu ao debate mais quente de todo o Jambolada 2009. A temática seguinte versava sobre direitos autorais, com os convidados Gustavo Anitelli, do Movimento Música pra Baixar (MPB) e produtor do grupo O Teatro Mágico, Daniele Souza e Rafael, representando a União Brasileira de Compositores (UBC) e o mago Cláudio Prado, da Cultura Digital.

A discussão girou em torno de como a legislação sobre direito autoral e os mecanismos do ECAD (Escritório Central de Arrecadação) não são mais compatíveis com a nova maneira que o mercado musical vem se estruturando. O tema, amplamente debatido, inclusive com várias intervenções da platéia, dividiu os presentes em duas bandeiras bem claras: aqueles que produzem ou estão ligados a cadeia musical independente e a UBC, entidade ligada ao ECAD e, portanto, defensora de seus interesses.

Os representantes da UBC receberam um turbilhão de questionamentos, dúvidas e críticas a respeito do atual modelo de distribuição da verba aos artistas associados. Visivelmente dando respostas que não contemplavam os ouvintes, perguntaram da platéia: “Alguém elogia o ECAD?” A resposta de Daniele Souza: “Os músicos sertanejos e os trilheiros [profissionais que criam trilhas para novelas e filmes]”. Para quem ainda tinha alguma dúvida de que o presente modelo (o ECAD fformulou-se na década de 70) não corresponde aos novos processos de produção musical vigentes, Claudio Prado sintetizou: “Por que vocês acham que o ECAD tem 300 advogados?”.

Fotos e reportagem: Gabriel Ruiz

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19.10.09

FESTIVAL JAMBOLADA 2009: MÚLTIPLAS LINGUAGENS


O maior festival musical de Minas Gerais, maior também realizado fora das capitais - Jambolada - celebra sua quinta edição com um leque enorme de atividades. Entre os dias 21 e 25 de outubro, além de shows e dos debates sobre música, tecnologia e softwares livres, Uberlândia vai sediar atrações nas áreas de cinema, literatura, fotografia e integrar a sociedade através da universidade, projeto social e conscientização ambiental.

Destacado no guia mensal outubro do Over Música, o Jambolada 2009 é idealizado pelo Coletivo GOMA. O Goma bolou para a edição 2009 um esquema em colaboração com nove coletivos mineiros, ligados à produção cultural, que ajudaram a formatar a programação musical do festival. A iniciativa acabou fazendo um mapeamento do fomento musical do Estado: artistas oriundos de várias cidades mineiras se apresentarão ao lado de nomes nacionais como Cérebro Eletrônico, Pato FU, Sepultura e Canastra.



Encontro Mineiro
Aproveitando a presença de artistas e agentes culturais de todo o Estado e também de outros, acontece integrado ao evento o Encontro Fora do Eixo Minas. Os dez coletivos mineiros estarão reunidos, pela primeira vez, em um encontro oficial para debate, formação e definição de estratégias conjuntas de fomento à cultura. Com apoio e participação do Sebrae-MG, a ideia será desenvolver alternativas para a criação de uma cadeia sustentável da cultura em Minas Gerais.






Sexta-feira - 23 de outubro
Local: Acrópole

01h20 - Pato Fu (MG)
00h40 - Black Drawing Chalks (GO)
00h10 - Ophelia And The Tree (MG)
23h40 - DJ Tudo e a Garrafada (SP)
23h00 - Devotos (PE)
22h30 - U-Ganga (MG)
22h00 - Dissidente (MG)
21h30 - Snorks (MT)
21h00 - Maldito Sudaka (MG)
20h30 - Seu Juvenal (MG)
20h00 - Os Patto (MG)
19h30 - Soprones (MG)
19h00 - Waldi e Redson (GO)

Sábado - 24 de outubro
Local: Acrópole

01h20 - Sepultura (MG)
00h40 - Canastra (RJ)
00h00 - Porcas Borboletas (MG)
23h30 - Mini Box Lunar (AP)
23h00 - Krow (MG)
22h30 - Dom Capaz (MG)
22h00 - Cérebro Eletrônico (SP)
21h30 - 4instrumental (MG)
21h00 - Mata Leão (MG)
20h00 - Erbert Richard (MG)
19h30 - Cães do Cerrado (MG)
19h00 - Aura (MG)

Domingo - 25 de outubro
Local: Praça Sérgio Pacheco

17h00 - Maria Alcina (RJ)
16h00 - Anelis Assumpção (SP)
15h00 - Os Seminovos (MG)
14h00 - Graveola e o Lixo Polifônico (MG)
13h00 - Manolos Funk (MG)
12h00 - Cidadão Comum (MG)

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Para conferir o restante da programação do Jambolada 2009, acesse o site oficial do festival.

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16.10.09

ENTREVISTA #3: RETROFOGUETES


Muitos estavam bem curiosos para saber como seria a sonoridade do segundo disco do Retrofoguetes, já que o primeiro, "Ativar Retrofoguetes", um disco de surf-music-rock recheado de referências, como cinema, HQ, rockabilly, proporcionou à banda imensa visibilidade nacional, além de um turbilhão de convites para tocar em festivais e casas por todo o território.

Lançado este ano pelo próprio selo da banda, no Festival Abril pro Rock, "Chachachá" mostra, principalmente, que a veia criativa da banda deu um salto de 2003 para cá, transcendendo o status "rock" e criando uma identidade própria ao som do trio.

O baixista do Retrofoguetes, CH Straatman, gentilmente respondeu por e-mail às perguntas do Over Música, confere aí.




"Chachachá" foi lançado pelo próprio selo, "Indústrias Karzov", como foi isso?
CH: Sim, resolvemos que seria mais interessante neste momento da carreira termos uma mobilidade maior sobre a nossa obra e cuidarmos de todas as etapas dos nossos lançamentos. Daí tivemos a idéia de fundar o nosso próprio selo, o Indústrias Karzov, decisão que tem nos trazido resultados muito positivos.

Vi também que ele está disponível no Portal Fora do Eixo. Qual o esquema de lançamento e distribuição que a banda optou, já que o disco anterior havia saído pela Monstro Discos? 
Estamos trabalhando por etapas. Primeiro planejamos um lançamento nacional, na mesma época surgiu o convite para o Abril Pro Rock. Percebemos que estrategicamente seria uma boa ocasião para realizar esse lançamento, pois teríamos num mesmo lugar a presença de toda a mídia especializada, selos, artistas, jornalistas; e além do show que apresentaríamos, que é nosso melhor cartão de visitas, teríamos ainda oportunidade de bons negócios. Depois veio o lançamento local no Teatro Castro Alves em Salvador, que é um dos maiores teatros da América Latina, tem uma estrutura espetacular. Nesse show reproduzimos o disco fielmente à gravação, com participação de orquestra de sopros, marimbas, vibrafone, percussão, ukelele, etc. Essa produção foi super trabalhada, com cenário, iluminação, figurino e foi um sucesso, lotação máxima do teatro, algo em torno de 1500 lugares. Com relação a distribuição estamos promovendo algumas parcerias com selos, lojas de departamento, lojas de disco e livrarias, mas a maior parte da vendagem tem vindo dos shows. Os lotes tem se esgotado muito rápido, estamos pensando em expandir um pouco mais isso, devemos inensificar a promoção do disco nos próximos meses.

Falando ainda dos dois discos do Retrofoguetes, houve um intervalo considerável do primeiro para o segundo. Geralmente hoje quando as bandas têm seis ou sete músicas prontas acabam lançando via EP. Como foi o trabalho da banda em cima desse álbum, dos produtores até o lançamento em 2009?
Houve um hiato de cinco anos, mas nesse período trabalhamos em projetos especiais de gravação, como foi o caso do Maravilhoso Natal dos Retrofoguetes, onde fizemos releituras de clássicos natalinos em versões Surf Music/Rockabilly e que foi lançado em CD e em compacto vinil. No âmbito autoral foi bom porque tivemos mais tempo para amadurecer as composições, percebemos que estávamos compondo para outros instrumentos também e conseguimos trabalhar melhor nossos timbres. O disco teve a produçãode andré T e Nancy Viegas.

E se você fosse comparar sonoramente os dois discos da banda, o que destacaria? Levando-se em conta toda a bagagem que adquiriram tocando por aí...
Sem dúvida, Maldito Mambo! foi um grande passo dentro da nossa música. Contamos com a ajuda do maestro Letieres Leite na condução dos arranjos de sopro e foi bastante desafiador compor pra uma orquestra. Inclusive recebemos com essa música o prêmio de melhor arranjo no Festival de Música da Rádio Educadora, que é um prêmio muito respeitado entre os músicos e artistas locais. No geral é um disco de múltiplas facetas e passamos a investir na sonoridade Retrofoguetes, o que significou que poderíamos fazer qualquer coisa mantendo nossas características, algo que creio ser buscado por 9 entre 10 bandas, mas nem todas o fazem com êxito.




Atualmente existe uma cena forte nacional de bandas instrumentais, evidenciada até por um prêmio à categoria criada pelo VMB. Na época em que o Retrofoguetes começou a tocar, como era? Que bandas instrumentais do País vocês estão ouvindo?
Não tínhamos referências nacionais para a música que fazíamos, naquele momento outras também começavam sua trajetória. Claro que sempre houve a música instrumental brasileira, com caras sensacionais como Hermeto Pascoal, Dominguinhos, Sivuca, Armandinho, Lanny Gordin e muitos outros, mas falando num segmento de música independente não víamos muita coisa no rock instrumental, era coisa rara. Cito o Pata de Elefante e os Dead Rocks, tanto como bandas que começaram ali, no mesmo período que a gente, como também sendo bandas que tenho escutado. A criação de uma categoria instrumental no VMB indica que estamos no caminho certo, todos crescendo e desenvolvendo essa nova cena.

Dos festivais nacionais que a banda tocou, qual você acredita ter feito realmente diferença para alavancar a carreira do grupo?
Abril Pro Rock, Festival DoSol e Goiania Noise foram bastante significativos, mas existem muitos outros que agregaram valor a nossa carreira... O importante dos festivais é que eles abrem inúmeras possibilidades na carreira de um artista, desde o intercambio cultural à expansão dos negócios dentro da música.
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Retrofoguetes é:
CH Straatmann (baixo), Rex (bateria) e Morotó Slim (guitarra).

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15.10.09

Segundo dia de shows, sábado – 09/10: A festa rock ´n roll do Festival Contato

"Sempre colocamos uma noite mais rock no Contato porque sabemos que contempla em cheio o principal público do festival" – Ricardo Rodrigues.

Com início as 15:30h, a local Aeromoças e Tenistas Russas inaugurou o palco principal do festival, instalado na praça Coronel Sales, bem no centro de São Carlos. Um dos elementos da música da Aeromoças é o rock, mas o quarteto vai muito além: guitarras viajantes, saxofone, órgão num estilo vintage, com influências de jazz, a maioria das faixas são instrumentais, feitas no estilo jams.

Logo em seguida, outra local: Stranhos Azuis fez um show bem rápido, mas marcante, com forte presença de palco e composições calcadas no hard rock e blues. Do Ceará, o Fóssil proporcionou o primeiro grande contato musical do dia, com intensas guitarradas e experimentações ao vivo. Quase sem querer, Fóssil esteve em total sincronia com o festival, muitas ambientações e paisagens sonoras, ajudaram a colorir ainda mais os arredores da praça Coronel Sales, em total comunicação com projeções que tingiram de cores e desenhos os prédios vizinhos ao por do sol da cidade do clima.




Foi a deixa para o Projeto Nave entrar, quando noite começava a pintar. Do ABC Paulista os cinco integrantes da Nave mostraram a fusão única da música que inventaram: música eletrônica, elementos do jazz, dub, rock, com direito a escaleta, trompete e cantado em português, formando um interessante mosaico de texturas rítmicas, por vezes ácidas.

A praça já quase repleta ficou tomada quando Flávio Basso, o Júpiter Maçã, surgiu acompanhado de Astronauta Pinguim, Laura Wroma e Clegue França, formando o recente projeto do artista gaúcho, “The Apple Sounds”. Sentado, guitarra no colo, um bumbo de bateria à frente, Júpiter tocou canções folk, com tons de psicodelia, que se misturaram a releituras de clássicos do músico, como a saideira “Lugar do caralho”, entoada em coro.

Cerca de meia hora depois, a Cachorro Grande finalizou a noite, centrada no disco novo Cinema. Tudo seguia normal até acontecer uma queda de energia, deixando no ar apenas a bateria de Gabriel Azambuja. Menos de cinco minutos depois o vocalista Beto Bruno amenizou, “no último shows dos Stones aconteceu a mesma coisa e demorou muito mais pra voltar”. O quinteto então mudou a linha e começou a tocar clássicos como “Pedro Balão”, “Bom Brasileiro” (improvisada com "Could Turkey" de John Lennon), além de várias músicas do primeiro álbum, como "Lily", "Dia Perfeito", cantada por Marcelo Gross e "Vai ter que dá" e “Lunático”.

A noite, contudo, ainda seria longa, três baladas integradas por um ingresso simbólico e variadas opções, para agradar a todos. Quem quis continuar no clima rock n´roll seguiu para o Armazém bar, onde The Almighty DevilDogs (SP) fez uma apresentação raivosa de punk-surf-rock e Fabulous Banditis (PR), uma espécie de country rock raiz, meio “Schatman Jonh”, arrancou poeira do salão. Nas duas outras casas noturnas, Galeria Bar e Estação 2919, rolou a presença de vários DJs tocando dub, soul, funk e brasilidades para além das seis da manhã.
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Fotos: Massa Coletiva

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Disco de estréia da Gentileza extrapola em criatividade de arranjos e poesia



Vivemos uma era musical, onde os elementos de variados ritmos e gêneros convivem harmonicamente formando composições ricas, cheias de possibilidades inovadoras, prontas para arrebatar ouvidos mais apurados. Sorte de quem está a par desta situação. É o caso da curitibana Gentileza, conhecedora como ninguém do processo criativo que inventaram, da qualidade final do seu primeiro disco cheio, batizado com o nome homônimo à banda.

Ao longo das doze composições que permeiam o disco, Gentileza consegue acumular momentos da cadência do samba, de guitarras bem rockeiras, um frevo nem tão festeiro, uma valsa meio circense, poesia pensante, o (bom) pagode e o samba-rock, utilizando-se, abusando do extenso rol de instrumentos que tocam: trompete, violino, cavaquinho, viola caipira, efeitinhos (na voz, na guitar ou sabe-se lá de onde), palmas, escaleta, apito, pandeiro, sempre bem arranjado e com alta dose criativa, diga-se. Além desta lista notável, um dos integrantes da banda, Emílio, usou uma caixa de charuto e o braço de uma antiga guitarra infantil para criar um tipo de ukelêlê, que somou-se ao som gentil.

Outra característica peculiar que nutre bem o disco: provavelmente várias faixas foram compostas e pensadas para as apresentações ao vivo, por exemplo, “Afinal de contas”, refrão pegajoso, poesia, violino irreverente em duelo com guitarras rockeiras; "33B" entra também nessa atmosfera, muda a todo instante e repare só a vida que a música ganha no seu minuto e meio; ou ainda “Pseudo eu”, a última e possivelmente a mais rockeira de todas, fala de uma característica típica das gerações contemporâneas, como sugere o título.

Mas voltemos ao início. “Coracion”, a faixa de abertura, tem um trompete em tom “mole”, preguiçoso, cativo, música aliás, que escancara a veia criativa e a personalidade marcante da Gentileza. Ora empolgante, ora festivo, ora irreverente, menos chegado no humor e mais na poesia, como é a bela “O estopim”, leve, alegre como uma dança de valsa, guitarras sugerindo ecos e viagens, em uma base meio circense, que ainda por cima tem quase que uma pausa, para a apresentação de um coral, bem no meio da música, lindo demais.

Nessa pegada de misturar, “Pia de prédio”, ao mesmo tempo um samba meio bossa com interferências sonoras eletrônicas, mais conexo, aproximado, menos experimental. Outrora Gentileza embarca numa onda que exalta um clima “baladinha”, como em “Sempre quase”; ou uma viola típica caipira, “Teu capricho, meu despacho”, que por excelência chega a lembrar temas, melodias bucólicas de programas de TV que beiram as seis da tarde.

Produzido por Plínio Profeta, que já trabalhou com O Rappa, Lenine, Pedro Luís e a Parece, para citar alguns, "Banda Gentileza" é resultado de quatro anos de palcos e aprimoramentos sintetizados em pouco mais de 45 minutos de pura criatividade musical que, vale dizer, não precisa de muitas audições para serem sacadas.
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A Gentileza tem seis integrantes: Artur Lipori (trompete, guitarra, baixo, kazuo), Diego Perin (baixo, concertina), Diogo Fernandes (bateria), Emílio Mercuri (guitarra, violão, viola caipira, ukelele, backings), Heitor Humberto (vozes, guitarra, violino, cavaquinho) e Tetê Fontoura (saxofone, teclado).

O download de "Banda Gentileza" pode ser feito gratuitamente aqui:


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12.10.09

Festival junta rock com brasilidades e experimentações eletrônicas

São Carlos - cobertura especial 3º Contato:Terceira parte
 

A escolha das bandas que se apresentaram no domingo, assim como a curadoria de quinta-feira (08/10), também foi pensada para gerar reflexão. "Domingo foi eleita a noite experimental do festival; experimental no sentido de misturar elementos da música brasileira com a música mundial, então foi feito um desenho passando por bandas como Stela Campos que faz um folk, tem influência dos Beatles, só que tem uma preocupação nas letras de fazer uma referência contemporânea brasileira. Também o Charme Chulo, que traz o rock, o country e o caipira, misturando guitarras com violas, por exemplo", explicou Ricardo. 




Bianca e Raissa, do GOMA (à esquerda); Letz Spíndola com a Fora do Eixo Discos ao centro; ao lado, à direita de Letz, o Massa Coletiva


Nessa toada se apresentaram ainda no domingo Ophelia and the Tree, abrindo a tarde ensolarada, com sua doçura e tons alegres. Logo depois subiu Malditas Ovelhas!, que mandou um rock experimental, utilizando também recursos, barulhos eletrônicos e uma escaleta. A cada apresentação rolava um intervalo mais longo, proposital, para que as pessoas pudessem conhecer e circular ao redor da praça Coronel Sales, onde várias “banquinhas” de roupas, comida, artesanatos e outras, como a de economia solidária e a dos coletivos Goma (Uberlândia), Massa Coletiva (São Carlos) e a do Circuito Fora do Eixo, foram montadas. Era a brecha também para o pessoal visitar as instalações do Contato Eletrônico, com demonstrações de performances, projeções e arte digital.

No início da noite, no finzinho do crepúsculo, a cidade viu a primeira grande celebração dominical com a mineira, direto de Uberlândia, Porcas Borboletas de Danislau (à direita), que fez um show enérgico, repleto de músicas do recente trabalho A Passeio e uma participação incrível e antológica de Paulo Barnabé. A banda parecia estar em casa, até uvas verdes foram devoradas lá de cima.



O Cidadão Instigado segurou em seguida. Fernando Catatau, principal cabeça da banda, mandou um “boa noite” e daí para frente não falou mais nada, foi uma música atrás da outra até o fim, grande parte do atual disco Uhuuu!, fez o público geral dançar, já antecipando, inclusive, o clima de festa que o Instituto traria. 



Fernando Catatau tocou no Cidadão, sua banda primeira e logo em seguida com o Inistituto; na foto, durante o show com o Cidadão Instigado


O projeto Instituto, formado entre outros, por Bnegão, Thalma de Freitas, Carlos Dafé, antigo parceiro de Tim Maia, Daniel Ganjaman, Kamau e Fernando Catatau. Um músico talentoso de cada banda para celebrar, dar um grandioso salve a influência da Cultura Racional em cada um de seus projetos pessoais, encerrando assim os eventos da praça, num clima pra lá de alegre.


 



Este ano o evento se superou agregando à programação o Fórum Paulista de Cultura Digital que teve como convidados Oonah Castro do Overmundo, Cláudio Prado do Laboratório de Cultura Digital, Everton Rodrigues do Movimento Música para baixar entre outros. Para o futuro? Mario Righetti, um dos produtores do festival celebra “Vida longa ao Contato!”.
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10.10.09

Festival Contato planeja shows pensando no impacto com o público

São Carlos - cobertura especial 3º Contato

O Contato alcançou a terceira edição com um rol imenso de atrações em diversas áreas, como cinema, música, arte digital, exposições, painéis interativos, para citar alguns.

No segundo dia de evento, quinta-feira, além de oficinas e debates, a organização decidiu juntar bandas do cenário independente, que "estão aproximando elementos eletrônicos, com a performance rock n´roll, mas que fazem um trabalho de pensar essa junção, não simplesmente usando elementos eletrônicos por usar", explicou o diretor geral do Contato, Ricardo Rodrigues, sobre o conceito da primeira noite musical do Festival, que rolou no CAASO (Centro Acadêmico Armando Sales de Oliveira), na USP.




Assim, a tríade de bandas escolhidas vieram de três regiões diferentes do Pais: do Ceará, Jardim das Horas abriu a noite com uma mistura que trabalha elementos da música brasileira e da MPB, do rock e batidas eletrônicas em meio a uma preocupação com a performance de palco; do interior do Estado de SP, Tigre Dente de Sabre - vencedores do Festival PIB 2009, Produto Instrumental Bruto - subiram em seguida utilizando samples, música instrumental e fazendo junções de velocidade musical com a forma de pensar o audiovisual, através da projeção de imagens, contemplando assim em cheio a ideia multimidia do evento.

Do Paraná, a banda Trilöbit fechou a noite despejando influências sonoras que vão de repórter Esso, google a George Bush, jogos eletrônicos, em cima de um som eletro rock instrumental. "Pensamos que seria incrível juntar essas bandas, mas não fazíamos ideia de como seria isso na prática e a noite de ontem [08/10] foi realmente muito marcante porque a gente conseguiu ver o público prestando atenção e dançando muito e muita gente ali nunca tinha sequer ouvido falar dessas três bandas", contou Ricardo no dia seguinte aos shows. Ele comentou ainda que durante o intervalo das apresentações, a local DJ Yasmina teve uma preocupação de disparar músicas que "conversassem" com o estilo das três bandas.

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7.10.09

Além de surf-rock, Almighty DevilDogs utiliza elementos como filmes trash


Tente imaginar punk, surf, rock, cine trash, trilhas-de-filmes-de-terror, guitar-psicodelic e violência, megafones e teremim, tudo junto, em cima do palco, encarnado na forma de seres humanos. Some um talento imenso pra fazer surf-rock-music. Essé é o rock instrumental que a Almighty DevilDogs faz.

A banda havia dado um tempo, mas voltou à ativa em 2008 e se apresenta no próximo final de semana no Armazen Bar, pelo projeto "Saia para dançar", festa integrada ao Festival Contato, que acontece entre sete e doze de outubro, em São Carlos.

Vinícius (guitar), Edgar (baixo), Ulysses K (teremim), Takashi "Gords" (guitar) e Gexx (bateria), vão tocar cerca de músicas que farão parte do seu primeiro álbum de estúdio, que será lançado em 2010, pelo selo Pisces Records, de Bauru, cidade aliás, onde todos residem. O disco contém pelo menos quatro das seis faixas da primeira aparição sonora da Almighty, o EP "The Subsessions"

Sobre a banda
Almighty DevilDogs começou a compor músicas após o "desmanche" da Six Seven Hate, banda da qual Vinicius e Gexx faziam parte. Com pouquíssimo tempo em atividade e apenas quatro faixas gravadas ao vivo, a banda lança, em 2004, a demo "The Subsessions" no site da Trama Virtual, tornando-se destaque do portal.


Início da carreira: Almighty no palco da extinta casa noturna AudioGalaxy, em Bauru 

Porém, em 2005, por falta de tempo dos integrantes para se dedicar ao projeto resolvem parar com a música. Por dois anos. Pois em 2007, a mesma Pisces Records teve a ideia de lançar virtualmente "The Subsessions", com a inclusão de duas faixas inéditas, uma versão instrumental de "Die, Bitch", canção da banda anterior de Vinícius e uma demo lo-fi de 2005, "Mephisto ´s Night Out", tornando-se assim o EP oficial da banda, com seis músicas. Mas nada de shows, a Almighty DevilDogs continua parada. Até 2008, quando Edgar assume o baixo e eles retomam os ensaios. "Em 2005, já estávamos com a ideia de colocar samples. Éramos eu, o Gerson [Gexx], o Ulysses, além do irmão dele, o Luiz Rizada. Aí, demos um tempo de novo porque tava todo mundo ultra enrolado e fomos voltar em 2008, só que o só que com o Edgar no baixo [no lugar de Rizada]", contaVinícius.

No ano seguinte - ano em que o grupo retorna aos palcos de Bauru - o EP, após contato de Vinícius, passa a ser distribuído também pelo site da Reverb Brasil, selo especializado em surf-rock, ligado ao festival Primeiro Campeonato Mineiro de Surf.

Ainda em 2009 duas das músicas do "Subsessions" foram escolhidas para compor a trilha sonora do longa "Cortiço Brasil", de Vinícius Luz. "O Vinicius, diretor do filme, é amigo de longa data, curtia a banda e jogando papo fora um dia, comentamos de colocar uma música na trilha do filme. Sei que um dia ele me ligou dizendo que já tinha inserido as músicas, duas da primeira demo, 'massacre' e 'agente zero', e eu pensando que ia ser só uma. Foi bem legal.", diverte-se.

A banda vai participar também de um tributo à banda "The Cramps", com a faixa "Cramp Stomp", gravada exclusivamente para a coletânea. O tributo será lançado pela Pisces Records no ano que vem.

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CALANGO DIVULGA PROGRAMAÇÃO COMPLETA DA EDIÇÃO 2009


A organização do Festival Calango, que acontece anualmente em Cuiabá (MT) divulgou há pouco a programação de sua sétima edição, que terá 42 bandas, além de oficinas e debates, em três dias de evento. Três nomes são argentinos, Falsos Conejos, Proyecto Gomez e Proyecto Gomez; o restante vêm de diversas regiões do País. Tem muita banda boa escalada.

As duas tônicas que movem o festival Calango são a renovação e a diversidade. Provavelmente mais diversificado que nunca, a programação musical do Calango 2009 terá nos palcos hip hop com o talentoso Emicida; rock instrumental das mãos de Macaco Bong, O Garfo e a herman Falsos Conejos; música urbana com Cassim & Barbária (foto) (SC) e Black Drawing Chalks (GO), além de Devotos (PE), Plastique Noir (CE) e Facas Voadoras (MS).


Veja a programação completa:

SEXTA - 30/10
Macaco Bong (MT)
Norma (Argentina)
Wander Wildner (RS)
Rhox (MT)
Emicida (SP)
Rinoceronte (RS)
Calistoga (RN)
Caldo de Piaba (AC)
O Garfo (CE)
Snorks (MT)
Venus Volts (SP)
Vinil Laranja (PA)
Herod Layne (SP)
Self-Help (MT)

SÁBADO - 31/10
Devotos (PE)
Falsos Conejos (Argentina)
Venial (MT)
Mini Box Lunar (AP)
Holger (SP)
Veniversum (MT)
Black Drawing Chalks (GO)
Jonas Sá (RJ)
N3cr (MT)
Plastique Noir (CE)
Mugo (GO)
Proyecto Gomez (Argentina)
Raiva em Paz (MT)

DOMINGO - 01/11
Linha Dura (MT)
Marku Ribas (MG)
Ebinho Cardoso (MT)
Toninho Horta (MG)
Paulo Monarco (MT)
Cassim & Barbaria (SC)
Nevilton (PR)
Facas Voadoras (MS)
Dom Capaz (MG)
Vitrolas Polifônicas (MT)
Somero (RR)
Black Sonora (MG)
Inimitáveis (MT)
O Melda (MG)
Sincera (PA)

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1.10.09

ENTREVISTA #2: VENDO 147

Há vários indícios de que uma das principais tendências atuais da década, inclusive no Brasil,  parece ser o rock instrumental. Dessa vez, a pedrada surgiu da capital baiana, Salvador. Na verdade, não é apenas uma pedrada, são duas: além de duas guitarras e do baixo, Vendo 147 têm dois bateristas (!), que dividem o mesmo bumbo. Claro, os ouvidos aplaudem.


O EP de estréia, lançado a menos de três meses (julho/09) está disponível no MySpace, também para download, são apenas quatro faixas que confirmam a principal proposta da banda: tocar rock ´n roll, honesto, puro. O download pode ser feito também no acervo da Reverb Brasil; uma de suas músicas, "Hell", é tema de um vídeo de surf, sem falar dos convites para tocar em palcos renomados, como A Obra (MG) e no Festival Do Sol (RN).

"Você vai ouvir falar muito dessa banda" - as palavras não são minhas, mas de Dimmy, um dos bateristas do Vendo 147, que gentilmente respondeu, por e-mail, a entrevista a seguir.

OverMúsica: Eu li no release da banda no myspace que se trata de uma "importação" fazer rock com 2 baterias. Quando e onde foi que vocês tiveram a idéia de montar uma banda com essa proposta?
Dimmy: Na verdade eu toquei com uma banda da Suíça chamada The Monsters, em uma turnê que eu fiz com o Honkers em 2003. Foram 3 shows, o suficiente pra poder analisar como a coisa funcionava, eu achei aquilo a coisa mais sensacional do mundo e pensei comigo mesmo: "um dia vou montar uma banda com um clone", até que eu ouvi e vi a Vendo 147 e propus pros caras pra usarmos o clone drum; no início eles acharam que não ia rolar, mas depois do primeiro ensaio ficaram super animados. Mas era só um projeto e não levamos a sério; esse ano que resolvemos levar isso a sério e eu me senti meio que na obrigação de divulgar o clone drum pro Brasil.



Não é de hoje que os integrantes trabalham e fazem rock na Bahia. No caso do Vendo 147,  a banda carrega algum elemento "baiano" nas composições?
Total, só o fato de termos dois bateristas na banda ja é mais que uma prova da baianidade da coisa, a bateria é um dos elementos da percussão, ou seja, temos dois percussionistas na banda!
Uma outra novidade é que vamos começar a utilizar uma guitarra baiana, que foi desenvolvida pelo Elifas (luthier de Aracaju que fabrica guitarrras bainas), Pedro, um dos guitarristas virou endorse dele e vai usar uma guitarra baiana modelo Les Paul (é sério) com captação direcionada pro rock. Quer mais baianidade do que isso?

Como foi que surgiu essa idéia de usar a guitar baiana e esse contato com o luthier? Fiquei curioso pra saber como seria a "cara" dessa guitarra.
Na verdade Pedro sempre teve a intenção de usar uma guitarra baiana na banda, quando fomos tocar em Aracaju, veio a idéia de visitar a fábrica do Elifas (o luthier) e nessa visita os caras levaram um material da banda e na conversa foi acordado um endorse, o Luthier gostou da idéia e resolveu abraçar a coisa. Como Duardo desenha e cria a nossa arte, ele desenhou uma guitarra que ficou num formato de Les paul e mandou pro Luthier desenvolvê-la, guitarra essa que em breve o mundo irá ver. Hehe

Mesmo ouvindo o EP completo dá vontade de ouvir outras músicas da banda. Vocês estão produzindo mais?
Nós gravamos esse ep, lançamos virtualmente e em formato físico pelo selo Big Bross records, acabamos de disponibilizar o clipe de uma de nossas musicas (Hell) no youtube e estamos cumprindo alguns shows que estavam agendados há algum tempo e depois da nossa tour pelo nordeste em novembro, vamos começar a pré produção do nosso primeiro disco cheio.

E quais os planos (ou diretrizes) da banda? Já existe contato ou interesse de algum outro selo?
Nossa pretenção é compor trilhas pra cinema, teatro, comercial... essa sempre foi a nossa maior pretenção, enquanto banda, o que queremos mesmo é circular por aí, mostrar o nosso trabalho pro maior numero de pessoas e cidades possiveis e tocar nos festivais que existem pelo país, que aliás, cada dia tem aumentado. Sobre o disco, existe contato, existe interesse, mas temos que primeiramente compor as músicas, depois entrar no processo de produção, gravar, mixar, masterizar e aí sim ver como isso pode ser distribuido e divulgado pra que todo mundo possa consumir esse produto (a música).

O que você faz além da banda?
Vou citar todos os integrantes, até porque eu geralmente respondo as entrevistas por ter um tempo mais tranquilo do que os outros membros da banda: Eu (Dimmy) sou portuário, trabalho no porto de Salvador. Glauco Neves é técnico de audio, trabalha no laboratório de audio da Unifacs e é técnico de som de um estúdio, além de ter uma produtora de audio e vídeo. Duardo Costa é diretor de arte e trabalha na SLA. Pedro Itan é engenheiro eletricista e trabalha na área. Caio Parish é estudante de fisioterapia da Ucsal.

E de onde vem o nome do grupo e essa idéia de usar máscaras e avental?
Bem, sobre o nome da banda: Glauco gravou umas músicas em 2006 e criou uma página no Trama Virtual e pediu pro amigo de trabalho Eduardo Penna (ex-vocalista da Los Canos) pra ele dar um nome pra ele colocar no projeto, porém Penna tava vendendo um carro e estava lendo o anuncio que iria colocar no jornal, lendo em voz alta: "Vendo 147, ano tal, cor tal.." e Glauco disse, "perfeito"!, gostei desse nome aí, Vendo 147, Penna que estava desligado perguntou o que estava acontecendo, que não tinha falado nome nenhum e tals, e acabou ficando esse nome aí.
Sobre Avental, isso foi usado na época que era só um projeto, quando tocávamos quase nada, tipo uma vez por ano. Esse ano quando resolvemos levar a coisa a sério, virar banda de verdade, resolvemos não usar os aventais e usar sim as máscaras, mas todos usarem máscaras que seriam desenvolvidas com exclusividade pra banda.

Falando em exclusividade, aquele logo que tem nas camisetas da banda, foi algum integrante que fez?
Toda a arte da banda é feita por Duardo Costa.
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Vendo 147 é:
Glauco Neves e Dimmy, os “bateristas-clones”, Pedro Itan e Duardo Costa, nas guitarras e Caio Parish, no baixo.

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