1.10.09

ENTREVISTA #2: VENDO 147

Há vários indícios de que uma das principais tendências atuais da década, inclusive no Brasil,  parece ser o rock instrumental. Dessa vez, a pedrada surgiu da capital baiana, Salvador. Na verdade, não é apenas uma pedrada, são duas: além de duas guitarras e do baixo, Vendo 147 têm dois bateristas (!), que dividem o mesmo bumbo. Claro, os ouvidos aplaudem.


O EP de estréia, lançado a menos de três meses (julho/09) está disponível no MySpace, também para download, são apenas quatro faixas que confirmam a principal proposta da banda: tocar rock ´n roll, honesto, puro. O download pode ser feito também no acervo da Reverb Brasil; uma de suas músicas, "Hell", é tema de um vídeo de surf, sem falar dos convites para tocar em palcos renomados, como A Obra (MG) e no Festival Do Sol (RN).

"Você vai ouvir falar muito dessa banda" - as palavras não são minhas, mas de Dimmy, um dos bateristas do Vendo 147, que gentilmente respondeu, por e-mail, a entrevista a seguir.

OverMúsica: Eu li no release da banda no myspace que se trata de uma "importação" fazer rock com 2 baterias. Quando e onde foi que vocês tiveram a idéia de montar uma banda com essa proposta?
Dimmy: Na verdade eu toquei com uma banda da Suíça chamada The Monsters, em uma turnê que eu fiz com o Honkers em 2003. Foram 3 shows, o suficiente pra poder analisar como a coisa funcionava, eu achei aquilo a coisa mais sensacional do mundo e pensei comigo mesmo: "um dia vou montar uma banda com um clone", até que eu ouvi e vi a Vendo 147 e propus pros caras pra usarmos o clone drum; no início eles acharam que não ia rolar, mas depois do primeiro ensaio ficaram super animados. Mas era só um projeto e não levamos a sério; esse ano que resolvemos levar isso a sério e eu me senti meio que na obrigação de divulgar o clone drum pro Brasil.



Não é de hoje que os integrantes trabalham e fazem rock na Bahia. No caso do Vendo 147,  a banda carrega algum elemento "baiano" nas composições?
Total, só o fato de termos dois bateristas na banda ja é mais que uma prova da baianidade da coisa, a bateria é um dos elementos da percussão, ou seja, temos dois percussionistas na banda!
Uma outra novidade é que vamos começar a utilizar uma guitarra baiana, que foi desenvolvida pelo Elifas (luthier de Aracaju que fabrica guitarrras bainas), Pedro, um dos guitarristas virou endorse dele e vai usar uma guitarra baiana modelo Les Paul (é sério) com captação direcionada pro rock. Quer mais baianidade do que isso?

Como foi que surgiu essa idéia de usar a guitar baiana e esse contato com o luthier? Fiquei curioso pra saber como seria a "cara" dessa guitarra.
Na verdade Pedro sempre teve a intenção de usar uma guitarra baiana na banda, quando fomos tocar em Aracaju, veio a idéia de visitar a fábrica do Elifas (o luthier) e nessa visita os caras levaram um material da banda e na conversa foi acordado um endorse, o Luthier gostou da idéia e resolveu abraçar a coisa. Como Duardo desenha e cria a nossa arte, ele desenhou uma guitarra que ficou num formato de Les paul e mandou pro Luthier desenvolvê-la, guitarra essa que em breve o mundo irá ver. Hehe

Mesmo ouvindo o EP completo dá vontade de ouvir outras músicas da banda. Vocês estão produzindo mais?
Nós gravamos esse ep, lançamos virtualmente e em formato físico pelo selo Big Bross records, acabamos de disponibilizar o clipe de uma de nossas musicas (Hell) no youtube e estamos cumprindo alguns shows que estavam agendados há algum tempo e depois da nossa tour pelo nordeste em novembro, vamos começar a pré produção do nosso primeiro disco cheio.

E quais os planos (ou diretrizes) da banda? Já existe contato ou interesse de algum outro selo?
Nossa pretenção é compor trilhas pra cinema, teatro, comercial... essa sempre foi a nossa maior pretenção, enquanto banda, o que queremos mesmo é circular por aí, mostrar o nosso trabalho pro maior numero de pessoas e cidades possiveis e tocar nos festivais que existem pelo país, que aliás, cada dia tem aumentado. Sobre o disco, existe contato, existe interesse, mas temos que primeiramente compor as músicas, depois entrar no processo de produção, gravar, mixar, masterizar e aí sim ver como isso pode ser distribuido e divulgado pra que todo mundo possa consumir esse produto (a música).

O que você faz além da banda?
Vou citar todos os integrantes, até porque eu geralmente respondo as entrevistas por ter um tempo mais tranquilo do que os outros membros da banda: Eu (Dimmy) sou portuário, trabalho no porto de Salvador. Glauco Neves é técnico de audio, trabalha no laboratório de audio da Unifacs e é técnico de som de um estúdio, além de ter uma produtora de audio e vídeo. Duardo Costa é diretor de arte e trabalha na SLA. Pedro Itan é engenheiro eletricista e trabalha na área. Caio Parish é estudante de fisioterapia da Ucsal.

E de onde vem o nome do grupo e essa idéia de usar máscaras e avental?
Bem, sobre o nome da banda: Glauco gravou umas músicas em 2006 e criou uma página no Trama Virtual e pediu pro amigo de trabalho Eduardo Penna (ex-vocalista da Los Canos) pra ele dar um nome pra ele colocar no projeto, porém Penna tava vendendo um carro e estava lendo o anuncio que iria colocar no jornal, lendo em voz alta: "Vendo 147, ano tal, cor tal.." e Glauco disse, "perfeito"!, gostei desse nome aí, Vendo 147, Penna que estava desligado perguntou o que estava acontecendo, que não tinha falado nome nenhum e tals, e acabou ficando esse nome aí.
Sobre Avental, isso foi usado na época que era só um projeto, quando tocávamos quase nada, tipo uma vez por ano. Esse ano quando resolvemos levar a coisa a sério, virar banda de verdade, resolvemos não usar os aventais e usar sim as máscaras, mas todos usarem máscaras que seriam desenvolvidas com exclusividade pra banda.

Falando em exclusividade, aquele logo que tem nas camisetas da banda, foi algum integrante que fez?
Toda a arte da banda é feita por Duardo Costa.
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Vendo 147 é:
Glauco Neves e Dimmy, os “bateristas-clones”, Pedro Itan e Duardo Costa, nas guitarras e Caio Parish, no baixo.

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