9.9.09

Entrevista #1: O Garfo



Ontem na web aconteceu o lançamento oficial do segundo EP do trio cearense de rock instrumental O Garfo, intitulado "Epizod". Quatro faixas já estão disponíveis no myspace da banda e também para download completo, incluindo a arte gráfica que pode ser apreciada de perto e + uma faixa bônus. Paralelo ao lançamento de "Epizod", a banda fará uma série de shows em Recife e Fortaleza, inclusive no festival Coquetel Molotov, para divulgar o EP, lançado pelo selo Midsummer Madness, com tiragem inicial de 500 cópias.

Embora produzido, a banda não lançou fisicamente o primeiro EP "A Cria de Frank Einstein (in memoriam)", que estava disponível no myspace até o mês passado; mas foi com ele que o trio tocou em vários festivais como Festival Mundo, DoSol, Grito do Rock, Feira da Música e arrancou elogios, por exemplo, de um dos caras mais antenados na cena independente (que aliás, ajudou a alavancar a carreira dos caras), Bruno Nogueira, que produz o Pop Up!:  “É fantástico como tem surgido uma cena instrumental pop que está num patamar de qualidade muito superior a todas as outras bandas independentes. Inclui nessa lista, o Macaco Bong e O Garfo (CE) que você entende a equação”.


Over Música entrevistou Felipe Gurgel, baixista da banda, que falou sobre a idéia conceitual de "Epizod" e do primeiro EP que não saiu. Trata-se da entrevista inaugural do canal "Entrevistas" do blog  (:


Over Música: Começando pelo trivial, de onde vem o nome da banda?
Felipe Gurgel: O Vitor (guitarrista) tinha vontade de fazer algo na vida dele com esse nome, mais pela grafia da palavra do que pelo sentido literal (o talher). E pela graça de você encaixar algo que é trivial em um espaço onde não se espera encontrar tal referência, como o nome de uma banda, por exemplo...



capa de "epizod": sintonizada com as composições do EP

E esse EP que acabaram de lançar tem todo um conceito que está em sintonia com a arte da capa. Como é isso?
Olha... como já tínhamos perdido todo o tempo todo mundo com o primeiro, esse segundo EP foi feito devagar. A banda nunca tinha trabalhado efeitos e sintetizadores até então, por exemplo, e a produção foi descobrindo isso lentamente. A arte do disco é absolutamente feita nessa sintonia de novas perspectivas pra banda, você percebe que cada música é associada a um frasco... Como se a pessoa que ouve pudesse "beber da fonte" de cada faixa e do que cada uma deles oferece. A nossa "visão interna" é que esse repertório novo tem esse diferencial em relação ao antigo (que era basicamente baixo-guitarra-bateria). Por isso essa referência a "novas perspectivas", do repertório à arte do disco, que por sinal foi toda feita à mão, de forma criativa, pelo Felipe Diaz. Um cara que é próximo da banda e estava a par de todos os problemas que a gente tem (ou teve) pra finalizar esse material novo.

Como ele fez pra pegar o espirito da coisa? Claro que vcs se conhecem a um tempo e ele estava a par do que estava rolando, mas o que vocês conversaram, o que você disse pra ele sobre essa capa ter sintonia com as músicas, com esse conceito que comentou?
Ele mora em São Paulo, então o Vitor (guitarra) estava mais próximo dele. A "fonte" dos nossos problemas para ele era o Vitor. Além de tocar baixo, eu componho a maioria das bases das músicas e faço a produção executiva da banda, então já fica complicado para eu interferir demais em um trabalho que requer tanta sensibilidade como é a concepção de um encarte baseado em idéias subjetivas. Eu tinha a responsabilidade, na verdade, de não "atrapalhar" a criação dele, ao mesmo tempo que precisava cobrar prazos (o que para um artista de qualquer área é uma merda). Então não foi nada que eu "disse", não passamos nada legendado e assim ele fez o trabalho...
Na verdade ele entendeu o momento da banda e passou isso para o papel em forma de apelo visual e com toda a carga daquelas imagens da capa, do encarte... É um traço muito rico, eu pago o maior pau para a arte do disco. Embora seja suspeito para falar.

Como foi o contato com o selo carioca Midsummer Madness?
O Midsummer acreditou bastante nesse disco... o Lariú colocou na capa do site hoje como o "Melhor do Ano". Ele é bem empolgado com as músicas e foi um parceiro espontâneo, que procurou a gente após ter visto um show no Se Rasgum, em Belém. Gostamos de trabalhar com ele. É um cara criterioso.

E por que o primeiro EP dO Garfo não foi lançado? Nós nunca mais vamos poder ouvi-lo?
Não! (risos)

Mas cara, é uma longa história... ali (primeirp EP) é o que gravamos e passamos para o produtor que ia finalizar... e ele nunca finalizou, porque ele tem muito trabalho e enrolou a gente um tempão, até hoje. De maio de 2008 até hoje. Na verdade ele é amigo pessoal do guitarrista, então nesse caso a amizade foi crucial pra que aceitássemos todas as desculpas que ele deu até então.Acredite se quiser. Então assim, nós somos a primeira banda do Brasil a lançar o segundo EP antes do primeiro (risos).

1 comentário

Eric Barbosa disse...

Muito bom o disco.
Esses caras são loucos!!!!

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