31.8.09

*O peso e o alcance da Pata



Quando três caras se juntam pra fazer rock, às vezes dá certo. E, às vezes, dá muito certo. Foi o que aconteceu com o trio gaúcho Pata de Elefante que começou a fazer um som em janeiro de 2002. Eles investiram em composições instrumentais rockeiras, de estrutura pop, com referência aos anos 60 e 70, criações que vão do rock-psicodélico ao surf-rock e canções mais suaves, outras bem dançantes, outras ainda divertidas e outras mais pesadas, com “guitarradas” viscerais,  ainda que quase que cruas. Nessa pegada, quase que inovadora, não demorou a se destacarem.

Com um repertório pronto, calcado na ênfase pela melodia, Gabriel Guedes, Daniel Mossmann e Gustavo Telles começam a despejar sua música em shows na cidade onde vivem, Porto Alegre (RS). A performance das apresentações ao vivo, somada à sonoridade agressiva dos shows explosivos começam a circular no boca-a-boca da noite gaúcha. “Nessa época, estávamos muito empolgados e saímos fazendo shows pra valer, principalmente em Porto Alegre mesmo. Chegávamos a fazer 3, 4 shows por semana, às vezes, dois no mesmo dia. Rapidamente, as pessoas se interessaram pelo som da Pata”, revela o baterista e também produtor do grupo, Gustavo Telles.

É aí que a banda começa a acontecer. Logo no primeiro ano de existência da Pata, eles ganham um belo presente. O músico-produtor-presidente da ABRAFIN (Associação Brasileira de Festivais Independentes), Fabrício Nobre, em viagem a Porto Alegre, já tinha ouvido falar sobre a Pata de Elefante e quis falar com o trio: “Foi janeiro de 2003, o Fabrício Nobre, da Monstro Discos, me pediu a demo da Pata, pois já haviam falado da banda para ele. Entreguei a demo e uns dez dias depois ele nos convidou para tocar no Festival Bananada 2003. O show foi do caralho, ficamos amigos do pessoal da Monstro e saímos de Goiânia já sabendo que tínhamos um selo para lançar nosso primeiro disco. Aí chegamos em Porto Alegre e começamos a gravar imediatamente”, conta o baterista.

Assim, já em 2004, lançam o primeiro álbum, “Pata de Elefante” (faça o download), pela Monstro Discos. A partir daí os shows se intensificam e o grupo expande tocando em várias outras regiões do País. Em 2008, vem o segundo disco, “Um olho no fósforo e outro na fagulha”, (baixe o disco) que recebe elogios da mídia especializada e coloca a banda em destaque no cenário musical brasileiro.

Além da evidência no meio midiático, o reconhecimento foi possível, sobretudo, porque a Pata de Elefante circulou em vários dos grandes festivais independentes do País. Gustavo reconhece: “acredito que todo show que se faz pode abrir portas. Mas podemos citar alguns que foram excelentes. Como Bananada (GO), Goiânia Noise (GO), o Abril Pro Rock (PE), Calango (MT), Varadouro (AC) e o Festival Demo Sul (PR). O fato é estar circulando, pois disso resultam as conexões com as pessoas do meio, disso surgem as possibilidades, e a partir daí o cara vai e realiza, põe em prática”.

Na prensa
Empolgados com o sucesso e a menos de um ano após o lançamento de “Um olho no fósforo e outro na fagulha”, a Pata de Elefante está em plena fase de produção do terceiro disco, gravando no estúdio da TRAMA, na capital paulista. “Começamos a gravar na segunda (04/05) e vamos até a próxima quarta (13/05). Depois, faremos gravações adicionais em Porto Alegre, como teclados e percussão, por exemplo. É maravilhoso poder gravar aqui no Estúdio da Trama, pois os recursos que se tem de equipamento fazem a diferença na hora de se tirar o som desejado. O disco ainda não tem nome, mas tá ficando muito foda!”, comenta Gustavo, de um dos computadores do estúdio da TRAMA, num “intervalinho”, enquanto o Gabriel estava gravando algumas guitarras. Algumas das novas músicas estão, inclusive, no repertório das recentes apresentações da banda.
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**Pata de Elefante está concorrendo na categoria "instrumental" no Video Music Brasil, da MTV e Over Música faz campanha sim.



* reportagem originalmente publicada no site da Braço Direito Produções, em junho de 2009.

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